Eu: "Estou sim?"
Alguém: "É da casa do Sr. Ando às voltas?"
Eu: "É sim."
Alguém: "É da empresa ******* e estamos a promover um passatempo onde pode ganhar 200 euros."
Eu: "Sim?!?!"
Alguém: "Só precisa de responder qual o prato típico do Porto."
Eu: "Tripas à moda do Porto." (podia dizer, fruta ou café, mas preferi não ir por aí)
Alguém: "Certooooo!!! Tem uma caneta e um papel?"
Eu: "Tenho sim." (pois, pois)
Alguém: "Então aponte. 629..."
Eu: "Desculpe, isto é para quê?" - interrompo eu.
Alguém: "É para ligar a seguir e responder a um questionário."
Eu: "Eu não vou ligar para ninguém."
Alguém: "Porquê?"
Eu: "Não vou ligar para ninguém."
Alguém: "Porquê, não quer gastar dinheiro?"
Eu: "Não vou ligar porque não tenho que ligar. Com licença."
Alguém: "Sim, mas.....está a ouvir-me, está a ouvir-me?"
Eu: "Estou, mas daqui a uns segundos deixo de estar."
Alguém: "Mas..está a ouvir-me...."
E a chamada caiu. Pronto, não caiu desliguei mesmo.
Eles chegam ao pé, dizem ser prima, sobrinha que não conhecem, e insistem nos laços e vão puxando conversa. Vão semeando e puxando resultados, até que se descose com um nome ao qual dizem logo ser filha dele. A ligação está criada, e os pés estão dentro de casa. Não vem só, vem com um marido e um filho que fica no carro a ouvir música. Vão contando que estão muito bem na vida, cheios de dinheiro abrindo os bolsos cheios, de onde se diz que sai algum cheiro que entorpece os sentidos e o raciocínio. A conversa roda sempre em torno de ouro e dinheiro com a intenção de ouvir do outro lado "nós também". Há sempre alguém que precisa de ir à casa de banho para poder ver o que levar. Mas conversa continua e os velhos vão na onda e mostram ouro, dinheiro que estão guardados em casa. Com o peixe a morder o isco é hora de puxar recolher e pôr-se a andar no carro que esteve sempre à espera do momento para zarpar para longe, ficando os velhos depois a lamentar o sucedido.
. Está lá, quer ganhar 200 ...
. Idosos