Ao ler um post de uma amiga que se senta por aqui fiquei a pensar as vezes que tentamos fechar os olhos à realidade.
Quantas vezes fechamos o vidro quando num semaforo alguém nos pede uns trocos, uma ajuda. Sim, não me estou a excluir, por vezes fazemos por não querer ver uma realidade diferente, mas tão presente, outras por que é mais facil ignorar que dizer não, ou porque não temos de momento para dar ou porque até nós não nos podemos dar ao luxo de abdicar de alguns euros.
Já deve ser dificil chegar à situação de ter de mendigar, é dificil sempre ouvir um não, mas a indiferença de certeza que custa mais. Não sei se na próxima que passar por uma situação me lembrarei, se o farei por instinto, mas espero lembrar e não fechar a janela, não olhar em frente como se não estivesse ninguém na minha janela e ao menos olhar nos olhos e dizer pelo menos, se não tiver umas moedas, que infelizmente não posso pois isto está dificil para todos, o que nem é mentira.
No mês que antecedeu esta Páscoa era pratica quase diária passarem por aqui para pedir.
Um dia para o tónio (?)
Um dia para a cadeirinha (?)
Outro para os drogados em recuperação (?)
Outro para a associação de (?)
Até que me fartei.
Como diz o ditado grão-a-grão enche a galinha o papo.
Moeda-a-moeda a minha casa ia ficando vazia.
Numa das últimas vezes e porque me neguei frontalmente explicando que não podia dar porque já tinha dado a outros, fui quase maltratada pelo tipo que estava à minha porta.
Tive de lhe dizer firmemente que se eu continuasse a "distribuir" como ele queria, quem passaria a andar de porta em porta seria eu, para meter o que comer em minha casa, enquanto ele ia enchendo a dele.
Não sou indiferente à desgraça alheia. Mas não posso remediar sozinha o mundo.
Nos semáforos continuarei a ficar de portas e vidros trancados, porque assim mandam as normas de segurança.
Um outro exemplo é nos parques públicos de estacionamento. Andamos a pé para estacionar sem pagar, deixamos o carro longe que se farta e se não tomarmos atenção pagamos mais ao tipo que nos tenta sacar a moeda que se o deixassemos no centro da cidade num parcómetro.
Isto quando o sujeito aceita ficar sem moeda, pois se estiver "virado" o carro aparece com um novo look de pintura.
De
sentaqui a 13 de Abril de 2012 às 17:08
Vim aqqui dar uma achega por causa da moedinha que damos aos arrumadores. Uma coisa que me espantou no Brasil foi que a moeda só era dada quando regressávamos e isto é uma prática comum, ninguém está à espera de receber antes de se ter a certeza que o carro ficou mesmo bem guardado.
Ora aí estaria uma boa ideia, mas aqui dá-se porque eles "ajudaram" a achar um lugar.
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