Semana de campo a terminar, e para acabar em beleza uma noite inteira a caminhar entre coordenadas com exercícios, provas. Ao chegar a um dos pontos um oficial nos esperava para nos levar em fila indiana para uma clareira no meio da tapada, caminho feito passando por uma ribanceira com cerca de 3/4 metros. Formados na clareira começa a levar-nos vendados um a um, sempre dando indicações de chega para cá, cuidado, dá passos certos, até nos mandar parar. Depois de libertar o peso do M64, mochila e bornal fora, e de mandar pousar a G3, recomeçam a indicações. "Dá uns passos em frente, pára, só mais um pouco, mais um pouco, chega. Agora à minha voz de "já", vais saltar logo. Salta 2 metros para a frente para não bateres na encosta".
Enquanto isso os que estávamos formados nada víamos, nada ouvíamos, na completa ignorância quando o silencio da noite era interrompido pelo grito do camarada ausente. Logo a seguir vem buscar o segundo, mais longos minutos, segundo nos parecia e se ouviu novo grito. Vai o terceiro, eu. Completa escuridão, só se podia confiar nas indicações do oficial, e agora só esperava pela voz de "já", e naqueles segundos só pensava, mal podem fazer, só quero cair bem daquela altura. A ordem é dada, e o salto também logo de imediato, sem medo e com loucura de quem não sabe o que está a fazer. Em menos de um segundo os meus pés estavam de novo em contacto com o chão, o salto que era dado não era para a ribanceira mas para o mesmo nível em que estávamos, e os outros dois camaradas que já lá estavam riam-se como loucos. Só mais uma ordem me era dada antes de voltar a equipar. "Dá um grito, bem alto e de dor". Depois foi vê-los chegar, saltar e rir deles.
Quase todos saltaram logo à ordem, só um hesitou um pouco mais de um segundo.
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