Este ano decidi não fazer férias na praia e rumei a norte. Há vários anos que desejava conhecer o Gerês e este foi o ano.
Ao contrário do que costumo fazer também, não fui documentado sobre os locais que iria visitar, tinha alguns em mente, mas de resto foi decidido no dia. E se o não ir documentado pode parecer que se vai andar à nora, perdido, pode transformar a viagem em surpresas agradáveis.
Ainda antes de chegar ao Gerês fiz uma paragem de um dia no Porto, onde apesar do encontro imediato com um promotor turístico, que aqui já relatei, encontrei um centro histórico lindo, com inúmeros pontos de interesse, mas que me deixou logo de rastos ao subir a Torre dos Clérigos.
No plano de viagem estava também Guimarães e Braga, sendo que nesta ultima, mais uma vez por não ter saído documentado, ao ir directo ao Bom Jesus de Braga encontrei o Santuário do Sameiro que, por não estar à espera, foi uma das surpresas da viagem. O Bom Jesus, que estava à espera do local de culto, do santuário, encontrei na envolvência do recinto um dos mais belos jardins de Portugal. Como o dia tinha começado em Guimarães onde além do Castelo destaco o Palácio dos Duques de Bragança, a cidade de Braga ficou para outro dia, sem que ficasse a lamentar a viagem propositada que fiz, nem a frigideira que comi.
O resto dos dias foi no Gerês onde, no primeiro dia, apesar de não ter tido sorte com Vilarinho das Furnas, tive mais uma das belas surpresas da viagem, São Bento da Porta Aberta. Quando alguém como eu pensava que devoção como em Fátima não haveria, fica surpreendido com a devoção e proximidade que existe aqui ao Santo, onde é possível estar ao pé da figura e tocar-lhe. Eu que apesar de ser católico, não serei exemplo de devoção, bem só sou exemplo do que não se deve fazer ou comportar, fiquei "congelado" e acanhado em tirar fotos neste local.
De resto o Gerês é um paraíso ao qual quero voltar.Não tenho palavras para o descrever, só mesmo paraíso onde destaco a Portela do Homem, Cascatas do Tahiti, e a Via Romana e onde se pode encontrar garranos em plena liberdade.
Se vou voltar a repetir, decididamente que sim, porque sei que muito há ainda para ver.
O regresso serviu para visitar Aveiro e para na Figueira da Foz.
De volta de mais uns dias de descanso desta vez passados na terrinha. Claro que o resultado é sempre o mesmo, loirinhas fresquinhas em noites quentes, e música que no resto do ano não passa pelos meus ouvidos. Uma das vozes deste ano foi a Ruth Marlene, que pessoalmente me desiludiu. Desiludiu porque simplesmente andou a prometer e a não cumprir. Passo a explicar, começou a dizer-me "Mexe, mexe que eu gosto...na minha cintura, até no meu rosto, mexe, mexe que eu gosto...", e lá fui eu arregaçando as mangas, afiando as garras e mostrando os dentes, quando estava prestes a fazer o gosto ao dedo, começa ela a dizer "Quando os rapazes vêm com ela fisgada, daqui não levam nada...e quando algum quer logo fazer marmelada, então só à estalada...". Ora vai um gajo lançado para lhe fazer a vontade e ao chegar tiram-lhe logo a tesão. Acho que, com tal mudança de humor, ela deve ser bipolar.
Pois é, quem me queira encontrar a partir de amanhã conseguirá ao largo desta igreja. Mais um ano em que vou à festa da terrinha, não a minha pois eu já nasci longe dela, mas a terra dos que, num acesso de loucura, resolveram pôr-me neste mundo. Se soubessem o que lhes ia calhar, talvez me pusessem na mesma, mas ter-se-iam preparado mentalmente antes. Mas isso já são outros assuntos.
E começa assim mais uma semanita de férias, com música, esperemos que calor, porque estão lá uns barris engraçados, frescos para serem despejados.
Claro que depois de três dias de festa sobram mais cinco, onde vou de frango assado num churrasco, mas deitado numa espreguiçadeira à beira de uma piscina nas redondezas.
Voltarei dentro de dias, alguns litros mais cheio e ainda mais bronzeado.
P.s.: Até punha nos tags de onde é a foto, mas isso fica à vossa imaginação. Sei que uma pessoa acerta, as outras só alguém que ande mais atenta ou seja mais exploradora.
Sim, eu sei que estavam com saudades minhas, mesmo que não queiram admitir. Mas como devem ter reparado as férias acabaram, por agora, logo lá terão vocês que se por a jeito pois venho com as energias carregadas e reforçadas.
Férias na terra nesta altura do ano é sinónimo de calor, muito calor, festas, cerveja, muita cerveja, petiscos, emigrantes e dias passados numa piscina municipal.
Nesta altura é ver carros de emigrantes, maioritariamente de França, no interior do país para uma merecidas férias, para descomprimir e matar saudades de quem cá deixam o ano inteiro. Muitas são as vezes que os ouvimos, quer em francês, quer em português ou os dois misturados. "Vien ici Jean Pierre. Jean Pierre, Vien ici. Vem cá João Pedro, filho dum cabrón".
Como eu disse há também a parte da cerveja, que tanto mal faz a alguns. Passando eu por dois homens à conversa oiço a seguinte pérola:
"Eu fiz as duas curvas do Palácio de Queluz a 200 km/hora."
Olhando para quem me acompanhava, e ambos conhecendo as referidas curvas, só digo "SE conseguir fazer a primeira, não faz a segunda porque está com os cornos espetados no muro". E com vontade de cantar nessa altura "Ai o que o vinho faz, o que o vinho faz, o que o vinho faz, o que o vinho faz".
Depois do almoço como é bom descer para a piscina e aproveitar a tarde. Mas como não sou o único a ter essa ideia, as espreguiçadeiras estão quase todas ocupadas. Buscar uma aqui, outra ali, e quase todos ficam servidos. Mais gente chega e lá se vão acomodando na relva. Muita gente dentro da piscina estando as seus lugares com as toalhas. Assim se passa quase uma tarde inteira duas espreguiçadeiras ocupadas por toalhas supostamente de alguém que ainda se está a banhar. Eis que, vindo do aparthotel, aparece uma alma velha, enrolada na sua saída de banho com cores tão berrantes que ferem a vista, aproxima-se das espreguiçadeiras, pega nas toalhas e volta para o sítio onde apareceu.
Dois pensamentos passaram pela cabeça e nenhum deles agradável à velha, ou a atava à espreguiçadeira e deixava-a lá estar durante vários dias ou a atirava para a piscina sem a deixar vir ao cimo respirar. Mas sorte a dela sair mais rápido da piscina que eu a tomar a decisão do castigo.
O primeiro dia de trabalho depois das férias é como a ressaca depois de uma bebedeira, uma valente dor de cabeça.
Logo o acordar mais cedo, não para ir à praia para estar deitado rodeado de corpos belos, outros menos, outros nem por isso, mas para ir para um local onde mais parece a festa da mangueira num qualquer quartel de bombeiros. Já tenho saudades de ver a velha fazer praias a vender bolas de berlim, acompanhada por um marmanjo que se revezava com outro marmanjo e outra rapariga, porque fazer praias cansa e a velha, sempre a mesma, a continuar para cima e para baixo sem substituto.
Depois há também o andar na rua, onde se passa de um local onde só se vê biquinis, tops, mini saias muito minis e decotes muito maxis para roupas casuais e informais.
Mesmo ontem à noite em vez de andar ver os artistas de rua, beber um copo, aproveitar a noite, andava às voltas na cama a tentar dormir porque hoje tinha de me levantar mais cedo para ir trabalhar.
E com isto tudo já estou a precisar de mais férias.
. É provável que não apareç...
. Férias