Ontem foi dia de Pedro Abrunhosa nas Festas do Mar, e foi um espectáculo de interactividade entre ele e o público. Foi voltar a ver o cantor critico contra o estado do país, tal como aconteceu na época do "Viagens" quando apareceu. Se calhar porque nessa altura passava-se uma época de crise e desemprego tal como agora, uma altura que curiosamente também dominada pela cor laranja no poder. Foi noite de gritar "Não Posso Mais" com este estado onde, tal como ele disse "nós pagamos para salvar a banca" e onde "quem rouba um pão é ladrão, quem rouba um milhão é um génio financeiro", foi também noite de gritar "Talvez F#d€r", "criticando o uso de palavras duras mas não o silêncio que nos leva à submissão". Foi noite de exultar à quebra de barreiras e à não acomodação. Foi noite de ouvir Comité Caviar e revisitar as músicas antes tocadas pelos Bandemónio.
Ainda antes dos Bandemónio, num registo jazz, que é a sua base musical, um completo desconhecido com cabelo e sem óculos no Natal dos Hospitais de 1989.
Há musicas que vão aparecendo e fazendo parte da banda sonora da nossa vida. Esta é uma delas, dedicada a uma pessoa especial, simboliza o inicio de um caminho, nem sempre fácil, mas sempre juntos. Que o caminho seja longo, mas que seja a dois.
Para ti.
. Pedro Abrunhosa sem óculo...