Todos já passámos por situações estranhas com os nossos herdeiros. Desde birras, comentários inconvenientes, e outras atitudes. Por vezes a culpa até é nossa porque por lapso esquecemos -nos que nem sempre percebem a não ser, e mesmo assim nem sempre, tudo explicado. Foi o que aconteceu, tinham eles cerca de quatro anos, quando na praia dizem que precisam fazer xixi. Como qualquer pai que se preze o que faz? Vai à procura de um wc? Não, diz para ir à beirarmar e fazer, esquecendo de avisar para se sentarem, e fazerem discretamente. Meninos bem mandados que são, lá vão eles todos contentes até à água, sob olhar atento dos pais, puxam o fato de banho para baixo, tiram a sardanisca para fora, apontam ao mar e toca de aliviar a bexiga. Num misto de espanto, e ataque de riso, viro-me para a mãe e digo: "São teus filhos, nem fiz o teste de ADN".
Nos últimos dias o meu facebook tem sido inundado de fotos e vídeos a recordar ou num gesto de força, a desejar o regresso a salvo de um miúdo que o mar levou e ainda não devolveu. Palavras, muitas palavras de dor, esperança, amor ou revolta. Músicas, dedicatórias, para um miúdo que só conhecia de vista, e que só quinta soube seu nome, infelizmente por um motivo trágico.
Vi que costumava dizer "sou imortal". Pois imortalidade física não existe, mal ele conseguiu a imortalidade junto dos amigos.
Ao sair da praia passo por um homem com cara de poucos amigos que dizia à mulher:
"Chego à praia às cinco da tarde, deixo o carro longe p'ra c@r@lho, tive que pagar estacionamento e ainda tenho de carregar um saco cor de rosa"
Homem sofre.
Numa altura de crise fica aqui o anuncio de emprego que pode salvar muita gente. Eu mesmo empregado voou concorrer a esta nova vaga.
. Emprego