Acabadinho de receber a minha Certidão de Habilitações há recordações presentes e factos que já nem me lembrava.
Nas disciplinas de formação geral foi tudo à tabela, dez e onze, sendo que o dez de Filosofia só apareceu depois de dois exames, em que no ultimo nem estudei e valeu a ida à oral, onde a minha prof conseguiu ouvir mais a minha voz naquele exame que durante o ano lectivo inteiro.
Na formação especifica, sendo um pouco melhor, não foi nada de excepcional, tendo como melhor nota um treze.
Agora na formação técnico-profissional, tirando três disciplina mais teóricas e uma mais pratica que me valeram doze valores cada, todas outras tiveram notas de catorze, quinze, dezasseis e dezoito valores. De referir que um dos dezoitos foi conseguido num ano em que já estava a trabalhar e a repetir uma disciplina, devido a um conflito de razões entre a minha pessoa e a prof que teimava nos testes em não me deixar recuperar, usando sua caneta vermelha para cortar qualquer esperança.
Olhando para a Certidão penso se podia ter ido mais além se não tivesse decidido parar de estudar. Se calhar podia, nunca irei saber. Mas de certeza que se tivesse continuado não estaria a fazer o que estou a fazer hoje. Poderia até estar melhor, ou pior, mais instável e mais precário.
Se estou arrependido de ter decidido parar de estudar. Não, após treze anos de vida escolar, sendo que quando finalizei num belo ano só de uma disciplina e já estando a trabalhar, o apelo à independência monetária falou mais alto. E agora 19 anos, prestes a fazer um pequena formação profissional, analiso o que foi o meu percurso escolar.
O que se pode dizer a alguém que nesta altura mete baixa por uma crise hemeroidal, e que corre o risco de ser operado?
"Feliz Anûs Novo."
Não, ele não se despediu ou foi despedido, não se reformou e nem decidiu mudar de vida....
... teve o azar de falecer.
É algo que corre sempre o risco de acontecer quando colocam alguém a aprender comigo. Não que o trate mal ou que não me preocupe em ensinar, muito pelo contrário. Quando algum novato calha a ter de aprender comigo, tem logo a sorte de ficar a começar a trabalhar e a fazer todo o serviço sob o meu olhar atento. Não fica simplesmente a acompanhar e a ver como se faz o serviço, e a ter de se desenrascar. Se o levasse só a ver, e dizer como se processa todo o serviço, no primeiro dia em que ficasse sozinho não conseguia dar conta do assunto. Mas começando logo a trabalhar, mesmo que acompanhado, se não desistir logo, quando tiver que fazer o serviço sozinho conseguirá aguentar.
Este desistiu.
Adoro as pessoas que são os primeiras em tudo. Primeiras a ficar escandalizadas e revoltadas com uma qualquer situação, primeiras a reclamar, refilar e chatear e principalmente primeiras a não fazer nada quando se tem de agir.
Pedro Passos Coelho convida os professores portugueses a emigrarem. Não é a primeira vez que um elemento do governo a fazer esse convite a trabalhadores portugueses. Vejo no primeiro-ministro o que tenho visto na classe politica nos últimos anos, um politico bem falante mas sem um pingo de carisma. Longe vai o tempo em que os políticos mostravam personalidade, força, ideias construtivas. Pessoas com presença como Soares, Cunhal, Sá Carneiro, Lucas Pires ou Freitas do Amaral, que com os seus debates e confrontos de ideias sabíamos o que pensavam, o que queriam e que iriam fazer o que diziam, e que mesmo que não concordássemos com as suas ideias os ouvíamos e respeitávamos.
Pois eu faço também um convite que acho que vai melhorar bastante este país. Convido os politicos a emigrarem para bem longe e pode ser que assim, com a necessidade de novo sangue, apareça assim uma nova classe politica que finalmente possa por este país a aproveitando as suas qualidades, as suas mentes e os seus braços sem os convidar a emigrar.
Estando sempre a cobrir faltas e falhas no meu trabalho, começo a ser conhecido por tapa-buracos ou apaga fogos. Se ainda tivesse uma conotação sexual, ainda teria prazer, mas não tendo essa conotação...
Nada mais deprimente que chegar ao trabalho, ir aos armários para mudar de roupa e ver sair um colega do w.c. com as calças em baixo a praguejar:
"Fod@-se, c@r@lho nem papel higienico há nesta merda."
Diz a avó à neta:
"Eu com a tua idade já trabalhava."
Responde a neta:
"Eu com a tua idade ainda vou estar a trabalhar."
Agora é que estou convencido que estou na profissão errada.
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