... condutores que não sabem andar nas rotundas.
Fiquei ontem a saber que beber vinho ao jantar me faz ver coisas estranhas. Estou a subir a R. da Prata (para quem não sabe é uma rua de sentido único com duas faixas de rodagem), na faixa da esquerda, quando vejo um gajo de mota a desce-la. Depois de apitar, ele lá se desvia para cima do passeio, ficando a olhar para mim com o ar de quem está pensar:
F0d#-se, este gajo é maluco!!!
Ele apita, gesticula, pragueja, nada de especial no transito não fosse o visado um carro da policia. A policia primeiro com gestos o mandou ter calma e que depois simplesmente ficou especada a olhar para ele sem qualquer reacção. Com ou sem razão, é justo dizer que o velho tinha tomates, ou parafusos a menos. Isto leva-me à conclusão que, ou já não se fazem mais pessoas com a fibra deste velho ou já não há policias como antes
Tenho tido sorte nos acidentes que vou tendo na estrada, sem me aleijar, nem haver quem se aleije, e por nunca ter tido culpa, mas nessas alturas há sempre alguém que me testa a paciência. A sorte é que eu acabo por manter uma calma aparente ou controlada, para depois explodir longe.
Ora quando alguns anos atrás um gajo me dá uma porrada no carro deixando impróprio para consumo, sendo o arranjo maior que o valor dele, sai do carro, pergunta se estamos todos bem, e diz, para acalmar os que estavam no meu carro:
- "Não se preocupe que tenho seguro contra todos os riscos.".
Depois de inspirar bem fundo, olho e digo:
- "Isso só lhe beneficia, a mim o seu seguro pagaria sempre."
Mas pior foi mesmo o ano passado, quando tinha eu a mota à dois meses, um velho logo de manhã se atravessa à minha frente e mesmo tentado desviar não consigo evitar o embate, passando de raspão no carro, e ainda hoje sem saber como mantive a mota de pé. Depois de parar, olhar para trás, vendo o gajo a arrancar, só penso "não estás a ter boa ideia" e toca a arrancar atrás dele. Mas afinal foi só para encostar, mas mesmo assim não gostei. Parei, saí e tirei o capacete para não me dar nenhuma tentação de lhe dar uma cabeçada, a uns metros de distancia, não fosse dar a vontade de lhe dar ao mínimo comentário, mas perto o suficiente para lá chegar rápido.
Começa logo por dizer que está com pressa se podiamos resolver isto mais tarde. Ora eu que quase vi o alcatrão mais perto não gostei da opção. "Só saímos daqui com as coisas resolvidas" disse eu.
- "Eh pá, mas eu estou atrasado."
- "Eu também, graças a si, mas vamos resolver já."
A certa altura ainda atira:
- "Você podia ter-se desviado mais!"
- "Está-se a passar. Acha que tenho algum gosto arriscar este corpinho, indo contra o seu carro ou lambendo o chão?" (ainda bem que o capacete não estava na mão)
Ainda tentou mais algumas vezes, que a paciência começava a acabar, mas lá começámos a preencher a declaração amigável. Mas enquanto eu preenchia, ele não parava de se queixar que não tinha confiado nele:
- "Mas eu conheço-o de algum lado para confiar. "
Mas a boca não fechava, e que podíamos ter resolvido isto mais tarde:
- "Mas vai fechar a matraca e deixar-me preencher isto, para nos despacharmos ou vai continuar a matraquear. Eu já estou mesmo atrasado e não me importa as horas a que chego agora, vai-se calar ou não?"
Quando na descrição do acidente digo que se deve escrever, que não parou no cruzamento, desrespeitando a prioridade, vindo bater em mim, ele diz que não tinha sido ele a bater mas que tinha sido eu (mais uma vez teve sorte do capacete não estar à mão) respondo em voz tom ainda mais ríspido que até agora tinha sido:
-"Oh, c@r@lho! E que não parou no cruzamento, desrespeitando a prioridade, ficando parado no meio da faixa de rodagem fazendo que eu não conseguisse evitar o embate. Está bom? Acha que lhe vai fazer diferença no seu seguro?" Lá aceitou, assinou e levou o duplicado. Sim porque o original fiquei eu. A experiencia diz-me para ficar com o original, porque os duplicados nunca ficam tão nítidos.
Declaração entregue logo no próprio dia no meu mediador, ao qual como normal me dá a cópia do documento que entreguei.
Dias mais tarde ligam do mediador dele a perguntar se já tinha entregue a declaração e a pedir uma cópia já que não o duplicado para variar não estava nítido.
Ao apresentar a cópia, bela da senhora, pega nela e muito gentilmente agradece, pega e prepara-se para arquivá-la.
- "Oh minha senhora, essa cópia é minha. Se quer uma, tire-a. Só me calha disto."
Hoje parado num semáforo ao meu lado está uma rapariga, num carro com vidros fumados atrás, uma bela tattoo no braço com um nome, possivelmente do filho, que de pé se mostra solto, entre os dois bancos da frente.
Oh, minha menina, se gostas tanto do rapazola a ponto de tatuares o seu nome braço, começa primeiro por prendê-lo com o cinto no banco traseiro.
Irra, mas há sempre quem se lembra de mudar de faixa sem usar pisca nem confirmar pelos espelhos se vem alguém.
Há um manipulo do lado esquerdo do volante que se accionarem para esquerda ou direita indica ao outros através de luz intermitente a direcção para onde vão.
Espelhos, há três vidros que refletem o que se passa atrás do vosso carro, um dentro do mesmo e dois de fora em cada lado do carro.
Façam o favor de os usar e evitam criar situações menos agradáveis.
Irra.........
. Irrita-me profundamente.....